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:: Miscelânea :: história :: Alta Idade Média
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Características
Características
De forma geral, a Alta Idade Média foi caracterizada, em termos de conjuntura política, por movimentos de fragmentação e unidade. Os reinos germânicos desmantelaram a unidade imperial, mas ao mesmo tempo eram frágeis e de existência efémera. Na península Ibérica, a fragilidade do reino visigótico é testemunhada pela facilidade com o que os muçulmanos tomam conta da quase totalidade da península, em 711. Nas ilhas Britânicas o contexto geral é de lutas entre anglos, saxões, bretões, pictos, escotos e, posteriormente, normandos. Um esboço de unificação só chegou no final do século IX. O único povo a constituir de facto um poder duradouro e efectivo foi o franco: estavam na origem do fim do Reino Visigodo de Toulouse (507), e no segundo dos reinos burgúndios (534). Os suevos são destruídos pelos visigodos; vândalos e ostrogodos padecem sob Belisário, general protagonista da reconquista bizantina.
Nos séculos VI e VII só a dinastia merovíngia estava no controle de um reino poderoso – dilacerado, no entanto, por lutas internas em virtude da tradição de partilhas sucessórias dos povos germânicos. Estas determinam que a herança de um reino era dividida entre todos os filhos, em vez de caber ao mais velho. Isto gerava conflitos e a violência era intermitente.
O século VIII conheceu, porém, a primeira grande tentativa de reunificação continental sob os carolíngios – particularmente sob Carlos Magno, coroado imperador em 800. O Império Carolíngio englobou nas suas fronteiras quase toda a Europa Ocidental – com excepção da península Ibérica, quase toda sob domínio muçulmano, e das ilhas Britânicas, fragmentada. Fora dos domínios carolíngios ficou ainda a Escandinávia.
No século IX esta enorme estrutura, de resto extremamente difícil de administrar, começou pouco a pouco a desmoronar. As partilhas sucessórias foram um dos factores da sua fragilidade; a corrosão interna é, no entanto, o principal factor de desagregação. Esta corrosão está na origem dos principados territoriais do século IX: os príncipes deixam de obedecer aos reis, dando origens a territórios menores que administram ao seu bel-prazer. Mas a erosão da autoridade central não ficou por aí: a primeira metade do século X conheceu o auge da castelania, pequenas células em torno de um senhor onde este tem a chefia militar completa e o poder judicial e económico sobre toda a sua área. O feudalismo está instalado e o fortalecimento do poder central só voltou a ser visível na Idade Média Clássica (ou Plena) – a partir do século XI.
Estruturalmente, a Alta Idade Média é, a grosso modo, caracterizada pela ruralização da sociedade (em oposição a "urbanidade" clássica), por uma economia quase auto-sustentada e de fraco movimento de trocas comerciais, pelo quase desaparecimento da cultura laica e pelo domínio cultural do clero e, por fim, pela enorme expansão da igreja cristã. Foi também a era de ouro para o povo muçulmano durante a expansão árabe.
De forma geral, a Alta Idade Média foi caracterizada, em termos de conjuntura política, por movimentos de fragmentação e unidade. Os reinos germânicos desmantelaram a unidade imperial, mas ao mesmo tempo eram frágeis e de existência efémera. Na península Ibérica, a fragilidade do reino visigótico é testemunhada pela facilidade com o que os muçulmanos tomam conta da quase totalidade da península, em 711. Nas ilhas Britânicas o contexto geral é de lutas entre anglos, saxões, bretões, pictos, escotos e, posteriormente, normandos. Um esboço de unificação só chegou no final do século IX. O único povo a constituir de facto um poder duradouro e efectivo foi o franco: estavam na origem do fim do Reino Visigodo de Toulouse (507), e no segundo dos reinos burgúndios (534). Os suevos são destruídos pelos visigodos; vândalos e ostrogodos padecem sob Belisário, general protagonista da reconquista bizantina.
Nos séculos VI e VII só a dinastia merovíngia estava no controle de um reino poderoso – dilacerado, no entanto, por lutas internas em virtude da tradição de partilhas sucessórias dos povos germânicos. Estas determinam que a herança de um reino era dividida entre todos os filhos, em vez de caber ao mais velho. Isto gerava conflitos e a violência era intermitente.
O século VIII conheceu, porém, a primeira grande tentativa de reunificação continental sob os carolíngios – particularmente sob Carlos Magno, coroado imperador em 800. O Império Carolíngio englobou nas suas fronteiras quase toda a Europa Ocidental – com excepção da península Ibérica, quase toda sob domínio muçulmano, e das ilhas Britânicas, fragmentada. Fora dos domínios carolíngios ficou ainda a Escandinávia.
No século IX esta enorme estrutura, de resto extremamente difícil de administrar, começou pouco a pouco a desmoronar. As partilhas sucessórias foram um dos factores da sua fragilidade; a corrosão interna é, no entanto, o principal factor de desagregação. Esta corrosão está na origem dos principados territoriais do século IX: os príncipes deixam de obedecer aos reis, dando origens a territórios menores que administram ao seu bel-prazer. Mas a erosão da autoridade central não ficou por aí: a primeira metade do século X conheceu o auge da castelania, pequenas células em torno de um senhor onde este tem a chefia militar completa e o poder judicial e económico sobre toda a sua área. O feudalismo está instalado e o fortalecimento do poder central só voltou a ser visível na Idade Média Clássica (ou Plena) – a partir do século XI.
Estruturalmente, a Alta Idade Média é, a grosso modo, caracterizada pela ruralização da sociedade (em oposição a "urbanidade" clássica), por uma economia quase auto-sustentada e de fraco movimento de trocas comerciais, pelo quase desaparecimento da cultura laica e pelo domínio cultural do clero e, por fim, pela enorme expansão da igreja cristã. Foi também a era de ouro para o povo muçulmano durante a expansão árabe.
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